O que quer a mãe?

Nessa jornada, o que se discutiu foi que a maternidade já não é mais, como já foi um dia, a saída primordial para uma mulher diante de seus impasses. A maternidade, hoje, implica uma escolha. Uma mulher pode, ou não, escolher ser mãe.
A partir dessa possibilidade, abrem-se diversas questões. Vou trazer aqui, duas dessas vias diante da maternidade. Não são as únicas, mas, são duas recorrentes das quais eu tenho pensado.
Diagnóstico: ponto de partida, e não um destino

Um diagnóstico não nasce de um vídeo viral. Ele se constrói ao longo de muitos encontros. Envolve testes, sim, questionários, instrumentos validados — mas também, e principalmente, envolve escuta. Porque não estamos lidando apenas com sintomas; estamos lidando com sujeitos. E sujeito é atravessado por história, cultura, instituições, condições sociais e econômicas. É preciso conferir valor singular ao sofrimento. Porque sofrimento não é genérico — ele tem nome, cor, classe, tempo e espaço.
Empreender com a Escuta do Ser

Empreender é muito mais do que abrir um negócio ou oferecer um serviço. É um ato de colocar algo de si no mundo, de transformar uma visão em realidade. Na psicologia, esse movimento é ainda mais evidente: o trabalho clínico, as intervenções, a forma como conduzimos nossa prática – tudo isso carrega a marca singular de quem somos. Empreender na psicologia não se reduz a estratégias de mercado ou a modelos de gestão; trata-se de um processo que exige escuta. Uma escuta que começa em nós mesmos.
Mulher: artesã da sua própria feminilidade

Ser mulher pode ser acolher a própria singularidade, recusando rótulos que não lhe cabem. Pode ser desafiar expectativas, questionar lugares que pareciam pré-destinados. Pode ser se reconhecer nos laços que tece com outras mulheres, mas também se permitir ser única, inclassificável.
O Anseio que Nos Habita: Reflexões sobre Ansiedade, Desejo e Individuação

Mas a ansiedade não é apenas um sintoma clínico a ser eliminado; ela é um fenômeno psíquico que carrega um significado profundo. Para Lacan, a ansiedade, a angústia é um afeto que não engana, revelador do desejo e da falta. Na Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung, a ansiedade é vista como um sinal de conflito entre consciente e inconsciente, um chamado para a individuação. Assim, a ansiedade se manifesta não apenas como sofrimento, mas também como um indicador de algo maior—um anseio que atravessa o sujeito.
Democratizar sem precarizar: qual saída possível para a Psicologia?

O Entrelugar Digital não é apenas uma ferramenta; é um movimento que acredita que cuidar da saúde mental é essencial e que isso precisa ser feito com integridade, compromisso e valorização de quem cuida e de quem é cuidado.