No Dia Internacional da Mulher, muito se fala sobre força, resistência e conquistas. Mas pouco se fala sobre o que realmente significa ser mulher. Como se fosse uma resposta dada, fechada, pronta para ser repetida. Como se houvesse um único modelo a seguir.
Mas Lacan nos lembra que “A Mulher não existe” – não porque as mulheres não existam, mas porque não há uma única definição que dê conta do feminino. O feminino, em sua essência, é um conjunto aberto ao infinito, algo que nunca se fecha por completo, nunca se esgota em uma única forma.
E se não há uma definição fixa, significa que cada mulher é, à sua maneira, mulher. Malvine Zalcberg expressa isso lindamente ao afirmar que cada mulher é artesã da sua própria feminilidade. Ou seja, não há uma receita pronta para ser mulher, porque ser mulher não é algo que se recebe, é algo que se cria, se experimenta, se inventa.
E quantos caminhos há nessa invenção? Tantos quantas forem as mulheres no mundo.
Ser mulher pode ser acolher a própria singularidade, recusando rótulos que não lhe cabem. Pode ser desafiar expectativas, questionar lugares que pareciam pré-destinados. Pode ser se reconhecer nos laços que tece com outras mulheres, mas também se permitir ser única, inclassificável.
Se o feminino é um conjunto aberto ao infinito, então ser mulher não é sobre se encaixar, mas sobre se expressar.
Neste Dia da Mulher, que possamos celebrar não um modelo único, mas a infinidade de maneiras de ser quem somos.
Porque cada uma é, à sua maneira, mulher.